Como sabem, sou a maior defensora de que os filhos devem ser uma prioridade na vida dos pais e que o tempo passado com eles, tem que ser de muita “qualidade”.
Nos tempos que correm, os pais desejam vivamente o sucesso escolar dos filhos, o que não é de estranhar, se pensarmos nas dificuldades existentes em termos profissionais.
A maior preocupação é a de que as crianças se preparem o melhor possível para a vida futura, esquecendo uma coisa fundamental: a hora de brincar com os pais…!
E o que este facto pode influenciar todo o comportamento da criança…
É através da brincadeira, que a criança adquire conhecimentos que a ajudam a agir sobre o meio em que se encontra. Vai repetir o modo pelo qual os adultos (sobretudo os pais) a tratam e conversam com elas. As brincadeiras com os pais vão testar a criança, nas habilidades físicas (pular, correr), testar funções sociais (ser médico, bombeiro, policia), vão faze-la aprender regras, colher resultados dos seus feitos (ganhar, perder), registando o que deve ou não repetir em novas oportunidades (não ser teimoso, ter mais calma, respeitar o “adversário”).
Assim se compreende, que o respeito que devemos ter com a criança, deve ser o mesmo que a criança deverá ter connosco (pais).
Infelizmente é comum ouvirem-se pais a verbalizarem termos como “ estou farto de te aturar, não prestas para nada, parvo, estúpido, burro, puto, etc”.
Que fique claro, que vão ser estes os termos que estas crianças vão repetir a todos os adultos que a rodeiam (educadora, professora, avós e pais…)!
A carga horária escolar é extensa, incluindo atividades extracurriculares (desportos), as obrigações e horários profissionais dos pais cada vez são maiores, condicionando a hora de chegada a casa (tarde!). Banhos, jantar, TPC`s e… hora de dormir!
Há que ter a noção de que as crianças são (deveriam ser!) a prioridade da família e os pais devem dedicar-lhes mais (e melhor) tempo e promoverem atividades lúdicas.
O jantar é uma oportunidade, não só para o relato das atividades do dia, como para o diálogo e partilha de afetos, motivo pelo qual a televisão nunca deve estar ligada!
Brincar juntos reforça os laços afetivos. A criança sente-se prestigiada e desafiada quando o parceiro da brincadeira é o adulto.
Os agora tão comuns tablets e telemóveis não podem ser utilizados como o são, exclusivamente para “entreter” as crianças e as obrigarem a permanecerem sozinhas horas a fio…!
Em suma, as crianças tendo oportunidade de brincar com os pais, estarão mais preparados emocionalmente para controlar as suas atitudes e emoções dentro do contexto social, obtendo assim melhores resultados no desenrolar da sua vida futura