Esta doença é mais frequente até aos 4 anos, mas pode atingir crianças maiores, adolescentes e adultos, apesar de ser mais raro. A infeção é causada pelo Coxsackie A16 do grupo dos Enterovírus – trata-se, então, de uma virose.
Modo de Contágio e Período de Incubação
Através do contacto direto, contacto com objetos contaminados (brinquedos com saliva) ou contacto com as mucosas infetadas (boca).O período de incubação mais frequente é de 3 a 5 dias (podendo durar até 1 semana)As crianças infetadas não devem frequentar o infantário durante 1 semana.
Quadro clínico
– Febre (não muito alta)
– Irritabilidade
– Perda de apetite
– Recusa em comer (pelas lesões na boca)
– Bolhas / úlceras / “aftas” na boca (“céu-da-boca”, língua, gengivas e zona à volta da boca)
– Erupção cutânea (manchas /“pintas”/bolhas. Estas lesões são parecidas com a varicela, mas distinguem-se pela localização) nas mãos, pés, boca e zona genital
– Pode existir comichão nas mãos e pés
Evolução da Doença
Os sintomas e sinais desta doença vão evoluindo ao longo de 3 a 4 dias e só cerca de 1 semana termina a doença, deixando a criança debilitada, como em todas as viroses. As crianças de infantário estão muito mais suscetíveis (pela maior exposição e contacto mais próximo umas entre as outras).
Tratamento
– Alimentação mole e sem alimentos ácidos, à temperatura ambiente ou mesmo fria (nunca insistir para comer).
– A medicação é dirigida para os sintomas (para a febre e desconforto da criança) que inclui paracetamol (Ben-u-ron), ibuprofeno (Brufen).
– As lesões devem “lavar-se” com água morna salgada e eventualmente (se infetadas) devem desinfetar-se com antisséptico.
– Para as “úlceras” da boca, pode aplicar-se roxo de genciana (não é consensual entre pediatras – eu uso e tenho boa experiência) ou lidocaína (anestésico local) em gel ou spray para diminuir a dor.
As crianças que apresentam este quadro clínico devem ser observadas pelo seu médico assistente, para o diagnóstico e orientação terapêutica adequados.