A afta é uma lesão do tipo “úlcera” que surge em qualquer local da boca (língua, lábios, gengiva, garganta). Têm um formato oval e são esbranquiçadas. Podem ser únicas ou múltiplas, pequenas ou grandes. Apesar de constituírem uma situação benigna, as aftas são muito dolorosas e muitas vezes impedem a criança de se alimentar. Afeta cerca de 20% da população e é a patologia mais frequente da cavidade oral. A maioria das aftas dura cerca de 1 a 2 semanas.
Qual a causa das aftas?
A sua origem exata ainda é desconhecida, no entanto, a sua causa habitualmente é devida a um conjunto de fatores.
Locais:
- Traumatismos (na mastigação como mordedura);
- Má higiene;
- Ingestão de alimentos ácidos.
Gerais:
- Infeções (viroses na maioria dos casos nas crianças);
- Doenças Imunológicas ou Hematológicas;
- Associadas a outras doenças gerais.
As aftas são hereditárias?
Não. Contudo, em cerca de 50% das crianças que têm aftas, um dos seus progenitores também costuma ter.
Quadro Clínico
- Dor (sempre), que agrava com alimentos salgados ou ácidos;
- Recusa em falar e comer;
- Hemorragia das gengivas.
Tratamento
Medidas gerais
- Evitar comida quente, salgada, picante, ácida (fruta);
- Oferecer líquidos (soro de hidratação, iogurtes líquidos, leite);
- Oferecer comida mole e à temperatura ambiente.
Tratamento local
- Anestésicos locais (em sprays, em soluções para bochechar ou em gel). Usados antes de comer para diminuir a dor e o desconforto (Aloclair, Xilocaina, etc).
- Antissépticos sem álcool: mais indicados para evitar a sobreinfeção e manter a higiene oral (Bexident, Eludril).
- Antimicóticos: indicados para evitar a colonização por fungos (Mycostatin, Daktarin).
- Corticóides orais: usados, mais raramente, em sprays ou soluções para bochechar.
Não esquecer que, tal como já foi dito, as aftas são situações benignas e transitórias, mas que podem levar a recusa alimentar na criança, irritabilidade e até algum grau de prostração. Devem ter paciência e aguardar a evolução favorável habitual, para a criança recuperar na totalidade.