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Prisão de Ventre ou Obstipação

Janeiro 11, 2022
Prisão de Ventre ou Obstipação

 

A obstipação ou “prisão de ventre”, como vulgarmente é chamada, existe quando a frequência de dejeções é menor de 4 vezes por semana ou quando as fezes são muito duras, provocando dor e desconforto.

Esta situação é muito frequente em pediatria, motivando, muitas vezes, consultas de Gastroenterologia Pediátrica, por desespero dos pais.

Na grande maioria dos casos, em crianças com menos de 1 ano a sua causa é desconhecida, mas em crianças em idade pré-escolar e escolar é maioritariamente devida a má alimentação.

A “prisão de ventre” pode surgir em qualquer idade, contudo acontece mais na fase de deixar as fraldas (treino defecatório) ou quando entra para a escola.

Ocorre tanto em rapazes como em raparigas, mas a partir da puberdade é mais frequente nas raparigas.

Vetores de Ilustração Vetorial De Garota De Desenho Animado Sentada No  Banheiro E Sofrendo De Diarreia Ou Prisão De Ventre Conceito De Problemas  De Saúde e mais imagens de Criança - iStock

Quais as Causas ou Fatores  que dão origem à Obstipação?

– Em 90 a 95% não há uma causa objetiva (Obstipação Funcional).

– Em raros casos, pode tratar-se de uma malformação anorretal, hipotiroidismo, doenças neuromusculares ou ainda de origem medicamentosa.

– O recém-nascido, habitualmente, evacua a cada mamada, sendo que posteriormente aumentam os intervalos das dejeções. Alguns têm dificuldade em evacuar, mesmo as fezes sendo semilíquidas – fazem força, ficam vermelhos e choram, mas o esfíncter anal (orifício por onde saem) não abre.

Trata-se de uma descoordenação reto-anal por imaturidade do esfíncter anal (não é uma verdadeira obstipação.

Nestes casos, deve-se estimular o ânus com a cânula do clister, untada com vaselina esterilizada ou até com a ponta do termómetro, para facilitar).

– Em crianças com mais de 2 anos, deve-se a erros alimentares, nomeadamente alimentação pobre em legumes, fibras e água (não comem sopa, não comem fruta natural, não bebem água!).

A ingestão de excesso de leite, também provoca na maioria das crianças “prisão de ventre”.

– Algumas crianças, durante as brincadeiras, não as interrompem se sentirem vontade de defecar, “encolhendo-se” e dando inicio ao processo de obstipação ou “prisão de ventre”.

– Também as lesões do tipo fissura anal, ou as perturbações emocionais podem levar a esta situação.

Na maioria dos casos, o inicio desta situação, surge quando a criança começa a associar dor ao ato de defecar e procurando evitar essa dor ou desconforto, tenta impedir ou atrasar a defecação (encolhe-se e não evacua).

A acumulação progressiva das fezes provoca uma distensão (dilatação) do reto e vai desaparecendo a vontade de defecar.

Ao fim de 2 ou 3 dias, a criança vai ter uma dejeção de fezes muito duras, dolorosa e volta a encolher-se para não fazer, passando a ser um ciclo vicioso.

As dores abdominais estão muitas vezes associadas a esta situação, assim como a anorexia, náuseas e vómitos.

Também poderá ocorrer perda de pequena quantidade de fezes nas cuecas (encopresis).

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Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico é clinico, ou seja é feito através do conjunto de sintomas, sinais, comportamento e características das fezes.

Não são necessários, habitualmente, exames complementares.

Qual o tratamento mais adequado?

Difícil resposta…!

– Na altura do “treino defecatório” (largar as fraldas), não deve haver pressão, nem demasiada insistência (a ansiedade gera o ciclo vicioso da retenção das fezes).

– O tratamento é longo e requer o envolvimento dos pais, da criança e do médico. Começa-se pela alimentação:

Ø  Reforço de legumes, fibras (sopas, cereais integrais) e fruta (ameixas, citrinos, kiwis, manga, papaia, mamão)

Ø  Aumento da ingestão de água (Nunca beber sumos artificiais com ou sem gás).

 

– Se o intestino estiver “cheio”, deve proceder-se ao seu esvaziamento, com clisteres de limpeza e não deixar voltar a acumular as fezes:

Ø  Fomentar hábitos intestinais adequados, através da utilização regular da casa de banho (às vezes é necessário a mãe estar lá até a criança perceber que se trata de uma rotina).

– Existem “medicamentos” para ajudar a amolecer as fezes, que o pediatra indicará se necessário (muitas vezes essenciais durante meses, para inverter este ciclo doloroso para a criança).


Em suma, a obstipação é um problema muito frequente e responsável pela perda da qualidade de vida.

Se o seu filho for obstipado, fale com o seu pediatra e cumpra escrupulosamente o tratamento instituído.

Não tenha receio de ter de fazer medicação durante muitos meses – há a noção errada de que estes medicamentos poderão causar dependência, mas é uma ideia falsa.

Não há qualquer problema em tratamentos arrastados.

 
 
 

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